Brasilia, septiembre de 2025

Participantes da oficina de preparação do plano regional de bagres amazônicos Fotografia: © Arthur AN Menescal / Aguas Amazónicas
De 17 a 19 de setembro, foi realizado em Brasília um encontro regional liderado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Ministério da Pesca do Brasil, em colaboração com a Secretaria Permanente da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (SPA/OTCA). O evento contou com a participação de delegações da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, além de representantes de comunidades pesqueiras, academia, sociedade civil, de pesquisa e cooperação internacional. O objetivo foi avançar na construção de um Plano de Ação Regional para conservar os grandes bagres migradores da Bacia Amazônica, espécies-chave para a conectividade dos rios e a segurança alimentar de milhões de pessoas.
O encontro foi realizado nas instalações da MMA e SPA/OTCA, onde os participantes discutiram ações e resultados para atingir cinco objetivos principais: 1) conservar habitats críticos; 2) gerar e aplicar conhecimento científico; 3) fortalecer cadeias de valor sustentáveis; 4) promover políticas e normas regionais que apoiem a gestão dos bagres; e 5) garantir que os países amazônicos contem com marcos que promovam a conservação e a gestão sustentável dos bagres e de seus habitats.

Intervención de Rita Mesquita, viceministra de Biodiversidade do MMA durante a inauguração da oficina. Fotografía: © Arthur AN Menescal / Águas Amazônicas
“A conservação dos bagres amazônicos exige um esforço coordenado e integrado entre os países da região. Essas espécies enfrentam múltiplas pressões, desde a sobrepesca até os impactos das mudanças climáticas, e sua proteção é essencial para alcançar objetivos de conservação, uso sustentável e benefícios para as comunidades ribeirinhas e pescadores tradicionais da Bacia Amazônica”, destacou Rita Mesquita, vice-ministra de Biodiversidade do MMA, durante a abertura do encontro.

Pescadora Josana Pinto da Costa da Direção Nacional do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil durante uma intervenção. Fotografía: © Arthur AN Menescal / Aguas Amazónicas
A dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) e a piramutaba (B. vaillantii) foram incluídos no Apêndice II da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias (CMS) em 2023. Esse reconhecimento marcou um marco importante, e o encontro em Brasília representa o próximo passo: definir um plano de ação que coordene medidas de conservação, gestão da pesca e proteção dos habitats dessas espécies em todos os países amazônicos onde ocorrem.“Precisamos que todos os países trabalhem juntos para definir prioridades e ações concretas”, enfatizou Any Freitas, secretária-geral da CMS, durante o encontro.
Como resultado do encontro, conta-se com os principais diretrizes que compõem um Plano de Ação Regional consensuado, integrando as contribuições, visões e prioridades dos seis países participantes, o qual será submetido para aprovação na COP15 em Campo Grande, Brasil, em março de 2026.

Grupo do trabalho sobre políticas, regulamentações e conservação durante a oficina. Fotografia: © Arthur AN Menescal / Águas Amazônicas
«Este plano inclui as estratégias regionais de segurança alimentar e economias sustentáveis (bioeconomia), e reforça a gestão sustentável dos recursos pesqueiros na Bacia Amazônica”, comentou Mauro Ruffino, da SP/OTCA.
Mariana Varese, da Secretaria Técnica da Aliança Águas Amazônicas, ressaltou que o Plano de Ação deve refletir a importância ecológica, social e econômica dos bagres migratórios e fortalecer a colaboração entre países, comunidades locais e sociedade civil, reafirmando o compromisso da Aliança de apoiar este esforço para construir um futuro amazônico mais justo, resiliente e sustentável.
O encontro contou com o apoio da Fundação Moore, Wildlife Conservation Society, The Nature Conservancy, ASL Brasil e Conservação Internacional – Brasil.